Perto do ponto crítico aparecem flutuações na densidade do líquido, em todas as escalas possíveis. As flutuações da densidade (agregados moleculares, mais ou menos aleatórios, com dimensões que variam desde a escala atómica até às dimensões da amostra) tomam a forma de gotas de líquido misturadas com bolhas de gás. Há gotas e bolhas de todos os tamanhos, desde dimensões moleculares até ao tamanho do sistema.
Longe do ponto crítico, a tensão superficial, que é a energia associada à interface entre dois ou mais meios distintos e é responsável pela forma das bolhas de gás e das gotas de líquido, torna as gotas e as bolhas instáveis e as flutuações da densidade são microscópicas.
No ponto crítico o líquido e o gás tornam-se indistinguíveis e a tensão superficial entre as duas fases anula-se permitindo flutuações em todas as escalas de comprimento. Em particular, as gotas e as bolhas da ordem de 1 µm dão origem a uma forte dispersão da luz, conhecida por opalescência crítica.
A dispersão da luz é proporcional ao quadrado da diferença entre os índices de refracção das duas fases e aumenta à medida que as flutuações aumentam. No ponto crítico a dispersão da luz é tão intensa que o sistema se torna opaco. Nos vídeos seguintes este efeito é ilustrado através da passagem de um feixe de laser através do fluido, na região de uma fase, acima da temperatura crítica.
À medida que o fluido é arrefecido, a luz é projectada num écran, como mosta o diagrama. Quando a temperatura se aproxima do ponto crítico, começa a separação de fases e a imagem no écran treme ao sabor das flutuações até se tornar completamente difusa (source). Um segundo vídeo (source), filmado perpendicularmente ao plano do diagrama, mostra como o laser, que atravessa o fluido como um raio, se difunde perto do ponto crítico.
A opalescência crítica é usualmente associada ao desaparecimento do menisco (interface) que separa as duas fases em coexistência abaixo da temperatura crítica. À medida que a temperatura aumenta uma das fases aumenta à custa outra e isto traduz-se no movimento do menisco. O menisco desaparece no ponto crítico e o seu aparecimento, acompanhado de opalescência crítica, é evidente quando o sistema se aproxima da temperatura crítica, a partir da região de uma fase como se pode ver no vídeo (source).