A maior parte dos materiais mesomórficos que encontrámos até agora, e que são utilizados em aplicações, dizem-se termotrópicos: As suas mudanças de fase são induzidas por variações de temperatura. Existe, porém, uma outra classe de cristais líquidos, que transitam de umas fases para outras ao variar-se a sua concentração num dado solvente (normalmente água). Estes cristais líquidos dizem-se liotrópicos.
Exempos de cristais líquidos liotrópicos são soluções aquosas concentradas de sabão – ou, mais geralmente, de materiais anfifílicos. A formação destas mesofases é um processo em vários passos:
Os cristais líquidos liotrópicos estão presentes nas células vivas, cujas membranas contém bicamadas fosfolipídicas.
Além dos anfifílicos, partículas (não necessariamente moléculas individuais – podem ser, por exemplo, colóides) que sejam suficientemente rígidas e tenham formas suficientemente anisotrópicas podem, igualmente, apresentar fases líquido-cristalinas quando em solução concentrada. O exemplo clássico é o vírus do mosaico do tabaco (um sistema biológico), cf. imagem da esquerda. Um exemplo mais moderno, e igualmente espectacular, são plaquetas de gibsite (Al(OH)3, um mineral), cf. imagem da direita.