A curva de Koch e a curva do floco de neve
A curva do floco de neve (outro exemplo de conjunto estranho)
é construída a partir de um triângulo
equilátero aplicando sucessivamente as seguintes regras:
- divide-se cada lado em três segmentos de recta de igual
comprimento,
- desenha-se um triângulo equilátero tendo como base o
segmento do meio,
- remove-se o segmento da base do triângulo construído
no ponto 2.
No applet seguinte podemos ver os oito primeiros passos da
construção da curva do floco de neve, carregando nos
botões "previous stage" e "next stage".
A curva do floco de neve é constituída por três
curvas de Koch, cada uma das quais corresponde a um dos
lados do triângulo equilátero de partida. Esta curva tem
algumas propriedades notáveis:
- Tem comprimento infinito, pois a cada passo o comprimento da
curva é 4/3 do comprimento do passo anterior. Por exemplo se o comprimento inicial
for
1, ao fim do primeiro passo é 4/3, ao fim do segundo passo
é 4/3 × 4/3, ao fim do terceiro passo é 4/3 ×
4/3 × 4/3, pelo que, no limite de um número infinito de passos, o comprimento é 4/3 × 4/3
× 4/3 × ... = ∞.
- Apesar da curva ter comprimento infinito delimita uma área
finita, que obviamente é inferior à área do
triângulo seguinte:
o qual contém três curvas de Koch, uma grande (vermelho) e duas mais pequenas (azul). Usando este facto podemos calcular a
área delimitada pela curva de Koch de uma forma bastante
simples:
- Se L for o comprimento da base do
triângulo, a sua altura é a altura de um triângulo
equilátero de lado L/3 ou seja, pelo teorema de
Pitágoras, L√3/6, e
portanto a sua área é L²√3/12.
- O comprimento dos lados esquerdo e direito do
triângulo é, usando outra vez o teorema de
Pitágoras, L√3/3.
- Se A1 e A2
designam as áreas delimitadas pelas curvas de Koch grande e pequena, então A2 / A1
= ((L√3/3) /
L)² = 1/3.
- Como A1 + 2A2 = L²√3/12, logo A1 = L²√3/20.
- É auto-semelhante, i.e. cada parte é uma
cópia de si própria, como pode ser visto na seguinte
animação: