Até à data ainda não é conhecido um conjunto geral de características que garantam que um sistema se autoorganize criticamente. No entanto autoorganização crítica é tipicamente observada em sistemas abertos nas seguintes condições:
A autoorganização crítica é um candidato plausível da complexidade (um sistema diz-se complexo quando tem estrutura em várias escalas) observada na Natureza e fornece um mecanismo para a emergência do comportamento complexo a partir de interacções locais simples. Os seus conceitos têm sido aplicados entusiasticamente em vários domínios científicos na explicação de vários fenómenos, que, frequentemente, são de grande relevância económica. Vejamos alguns exemplos de sistemas que se suspeita estarem autoorganizados criticamente.
Os indícios:
A existência de uma relação em lei de potência entre a área ardida AF e a sua respectiva frequência anual f, para diferentes sistemas florestais, como ilustrado nos gráficos seguintes, é um sinal revelador que os fogos florestais podem estar autoorganizados criticamente.
Os indícios:
A existência de uma relação em lei de potência entre o volume de chuva e a respectiva frequência já era pelo menos suspeitada desde os trabalhos de E. Hurst sobre as cheias do rio Nilo em 1957. No gráfico seguinte podemos ver essa mesma relação para uma experiência mais detalhada, coordenada pelo Instituto Max Plank de Meteorologia e realizada em Zingst (54°43'N 12°67'E), na costa do mar Báltico em 1999. A experiência consistiu em medir o volume de chuva e a respectiva frequência por radar de efeito de Doppler, definindo-se como acontecimentos distintos os aguaceiros separados por mais de um minuto sem chover. A existência desta lei de potência é um sinal revelador que a formação da chuva pode ser um fenómeno de autoorganização crítica.
Os indícios:
A existência de uma relação em lei de potência entre a magnitude e o número de sismos maiores que essa magnitude por ano (relação esta conhecida por lei de Gutenberg Richter) é um sinal revelador que os sismos podem estar autoorganizados criticamente. No gráfico seguinte encontram-se os dados sísmicos medidos na Califórnia do Sul de 1984 a 2000, cobrindo as latitudes de 20°N a 45°N e as longitudes de 100°W a 125°W, tendo sido registados 293405 sismos nesse período. Os geólogos crêem que o afastamento da lei de potência para magnitudes inferiores a 2 se deva à dificuldade em medir sismos de magnitude tão baixa.