As misturas de substâncias não nascem todas iguais. Por exemplo, quando dissolvemos açúcar no chá, o açúcar já não se separa espontaneamente do chá, nem mesmo usando filtros extremamente finos ou centrifugadoras extremamente potentes. As estas misturas chamamos soluções.
Por outro lado, o sumo de laranja recém espremido é também uma mistura aparentemente homogénea. Porém, se esperarmos um pouco, a polpa da laranja deposita-se no fundo do copo sob a acção da gravidade. A estas misturas chamamos suspensões.
Existe ainda um terceiro tipo de misturas, onde as substâncias não se separam sob a acção da gravidade, mas onde é possível separá-las usando filtros extremamente finos ou centrifugadoras extremamente potentes. O leite é uma dessas misturas. A este tipo de misturas chamamos colóides. Esta diferença resulta da diferença de tamanhos das partículas suspensas e o tamanho das partículas é usado como critério na definição dos colóides:
Colóide: [do grego kólla, cola + eîdos, forma], adj. que se assemelha à cola; s.m. mistura de uma substância dividida em finas partículas insolúveis (chamada fase dispersa), usualmente de dimensões entre 1 nm e 1000 nm, uniformemente dispersas num meio contínuo (chamado meio de dispersão).
Nos colóides as partículas dispersas estão em movimento constante e errático devido às moléculas do fluido estarem constantemente a colidir contra elas. É por esta razão que as partículas dispersas não se depositam no fundo do recipiente sob a acção da gravidade. Este fenómeno pode ser observado no vídeo (source), onde se mostra o movimento browniano de cilindros de 2 µm de ouro/platina em água pura.
Os colóides dispersam fortemente a luz, pois as partículas dispersas têm tamanhos semelhantes ao comprimento de onda da luz visível. Este fenómeno é chamado efeito de Tyndall e permite distinguir as soluções verdadeiras dos colóides, pois as soluções verdadeiras são transparentes, ou seja não dispersam a luz, como pode ser visto na fotografia da esquerda. Este efeito também pode ser observado nas manhãs de nevoeiro, onde encontramos mais um exemplo de um colóide – neste caso de gotículas de água dispersas no ar.