Deve-se aos gregos do período clássico as primeiras medições do tamanho do Universo:
Um dos métodos usados actualmente para medir a distância das estrelas é a paralaxe. A paralaxe é o movimento aparente de um objecto próximo relativamente a um fundo distante, resultante da mudança de posição do observador. Na figura ao lado podemos ver a mudança aparente da posição de uma estrela (a vermelho) para um observador na Terra quando esta orbita em torno do Sol, sendo o efeito mais marcado para uma estrela próxima do que para uma distante. Na figura ao lado supõe-se que a estrela está no plano orbital da Terra (se não estivesse veríamos a estrela a descrever uma elipse e não um segmento de recta no firmamento). A distância das estrelas é calculada a partir do comprimento do lado de um triângulo rectângulo e da medida do ângulo oposto (ângulo de paralaxe):
A paralaxe já era conhecida pelos gregos do período clássico. No entanto, a crença dos gregos de que o Universo era pequeno, o facto de não se observar qualquer paralaxe com os instrumentos da época e a violação da física aristotélica (na qual a Terra está no centro do Universo) explicam porque razão o sistema heliocêntrico de Aristarco nunca foi aceite, tendo quase caído no esquecimento. Somente a partir do século XVI, com a reintrodução do sistema heliocêntrico por Copérnico e o advento do telescópio, é que os astrónomos se lançaram de novo à caça das paralaxes das estrelas. Entre estes encontravam-se Galileu, Hooke, Flamsteed, Picard, Cassini, Horrebow e Halley. Porém, só no século XIX foi possível construir telescópios suficientemente potentes que pudessem medir a paralaxe das estrelas mais próximas e medir, desta forma, as primeiras distâncias:
Para medir a distância das estrelas mais próximas à Terra foi necessário medir a distância da Terra ao Sol com precisão (na época de Halley ainda se usava o valor de Aristarco como referência). Tal foi possível graças à brilhante ideia de Halley de utilizar o trânsito de Vénus (a passagem de Vénus sobre o disco do Sol) para medir a distância da Terra a Vénus por paralaxe, colocando observadores em pontos afastados da Terra para medir as diferenças de tempo do trânsito de Vénus, e obter dessa forma a distância da Terra ao Sol (pela 3ª lei de Kepler). Para mais detalhes veja a página do trânsito de Vénus do Observatório Astronómico de Lisboa.
Em 1784 John Goodricke descobre que a luminosidade da estrela Delta Cefeide varia de uma forma periódica no tempo. Posteriormente descobriram-se mais estrelas com esta propriedade às quais se chamaram cefeides.
Em 1912 Henrietta Leavitt, ao estudar as cefeides da Pequena Nuvem de Magalhães, descobre uma relação notável entre o período de uma cefeide e a sua magnitude aparente, relação esta que é linear num gráfico cujas coordenadas são logarítmicas. Dada a pequenez da Pequena Nuvem de Magalhães e a grande distância a que esta se encontra da Terra, Henrietta Leavitt pôde concluir que estas estrelas estavam mais ou menos à mesma distância da Terra, pelo que esta relação tinha de ser igualmente válida para as magnitudes absolutas das ditas estrelas:
Graças a esta relação os astrónomos tinham agora a chave para medir a distância de uma cefeide, bastando para tal medir o período de oscilação do seu brilho e a sua magnitude relativa. Desta forma puderam medir a distância das galáxias, medindo a distância às cefeides que se encontram nelas, confirmando que as galáxias são aglomerados de estrelas muito distantes da Via Láctea.